O mercado mundial de tablets registrou um crescimento de 8,5% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo um relatório da Canalys. A alta, no entanto, teve motivações distintas em diferentes regiões do mundo.
Troca de dispositivos antigos impulsiona vendas nos EUA
Durante a pandemia da COVID-19, a demanda por tablets disparou com o aumento do trabalho e ensino remoto. Agora, esses dispositivos estão completando entre 4 e 5 anos de uso, e muitos consumidores americanos começaram a substituí-los, o que explica o aumento nos embarques nos Estados Unidos.
Apesar de o governo Trump ter imposto tarifas generalizadas, smartphones, tablets e chips foram isentos, minimizando os impactos no setor. No entanto, a Canalys alerta que, com o aumento do custo de vida, os ciclos de atualização de tablets podem se alongar, já que são vistos como itens de menor prioridade em relação a outros eletrônicos.
Subsídios e feriado impulsionam vendas na China
Na China, o governo implementou subsídios ao consumidor, que coincidiram com os tradicionais descontos do Ano Novo Lunar, resultando em um crescimento de dois dígitos nas vendas.
Diferente do mercado de smartphones, a Apple ainda lidera entre os tablets na China, mas Huawei e Xiaomi vêm ganhando terreno, aproveitando seus ecossistemas de dispositivos inteligentes. Já a Honor tem se destacado no segmento mais acessível.
Apple segue líder global; Xiaomi se destaca pelo crescimento
No cenário global, a Apple permanece como a principal marca de tablets, com 13,7 milhões de unidades vendidas no trimestre, um crescimento anual de 14%. A Samsung, apesar de uma queda de 5,2%, mantém a segunda posição.
A Xiaomi foi o grande destaque em crescimento, com alta de 56,1% e 3 milhões de unidades vendidas, ultrapassando a Lenovo, agora em quarto lugar. A Huawei, apesar do bom desempenho na China, perde espaço globalmente, com queda de 12,5% nas vendas.
Setor educacional pode movimentar o mercado
O relatório destaca ainda que os tablets não são adquiridos apenas por consumidores finais, mas também por empresas e instituições educacionais. No entanto, esse segmento ficou estagnado no primeiro trimestre.
Apesar disso, programas governamentais podem mudar o cenário nos próximos meses. Um exemplo é a Tailândia, que anunciou um programa de financiamento plurianual para adquirir tablets em larga escala para escolas. Já nos Estados Unidos, a pressão do governo Trump sobre o Departamento de Educação pode dificultar iniciativas semelhantes.