O fim da popularidade dos jogos sociais no Facebook

A popularização do Facebook no Brasil se deu por volta de 2011, um pouco depois da época em que foi lançado o filme A Rede Social (2010), estrelado por Jesse Eisenberg e Justin Timberlake. Naquela época, o Orkut ainda era o principal site do gênero no país. Um dos motivos que levaram usuários a migrar para a nova rede foi a presença destacada de jogos disponíveis na plataforma.

O Facebook permitia - além de xeretar a vida alheia, compartilhar pensamentos, memes, fake news e fotos – que os usuários da plataforma se divertissem com jogos online. Games como Café Mania e Farmville eram a atenção de muitos usuários e, até mesmo que não os jogava, recebia notificações constantes com convites para estes e muitos outros aplicativos sociais.

O reinado da Zynga

Em 2009, 20% dos usuários do Facebook jogavam Farmville, desenvolvido pela Zynga. Esta desenvolvedora ficou muito famosa na rede por oferecer outros jogos como Mafia Wars, Empires & Allies e Zynga Poker.

No auge dos jogos sociais, a empresa captou 1 bilhão de dólares em sua oferta pública inicial de ações. O preço de suas ações chegou ao patamar de $14 porém, devido a redução das receitas através dos jogos sociais e da grande concorrência, este preço recuou: atualmente as ações da empresa valem cerca de $3,00. Em 2012, o Facebook encerrou um acordo especial com a Zynga e, em 2013 passou a ter sua atuação limitada pelas políticas padrão da Plataforma Facebook.

Atualmente a empresa desenvolve para as plataformas iOS, Android, Windows Phone e através de seu site, ainda continua desenvolvendo games para redes sociais.

Facebook perde popularidade entre os jovens

Pode-se dizer que parte da queda desta popularidade é relacionada aos padrões de comportamento dos usuários da plataforma. A consultoria Pew Center realizou um estudo em 2013 constatou que a rede perdeu sua popularidade entre o público jovem e adolescente.

O motivo de isso ocorrer é a perda de privacidade dos internautas desta faixa etária. O acesso do público de outras faixas etárias, que inclui os pais e parentes mais velhos, fazia com que os jovens se sentissem mais vigiados. Hoje a rede social mais famosa sofre outras críticas em relação à privacidade de seus clientes.

Outra razão para a perda de popularidade dos jogos sociais é a competição com os jogos desenvolvidos diretamente para celulares e tablets. Há uma imensa variedade de gêneros e títulos de games disponíveis nas lojas de aplicativos.

Novos modelos de negócios

Se antes alguns jogos faziam sucesso na Play Store ou Apple Store vendidos a um dólar, como é o caso do Angry Birds e Cut the Rope, atualmente o modelo de negócio dos jogos consiste em não criar barreiras de entradas. Isto é, os jogos online mais populares são oferecidos gratuitamente. Para gerar renda, compras são oferecidas dentro do próprio app do game. São vantagens como moedas, vidas extras, jogar por tempo ilimitado, customização de skins e avatares, por exemplo.

Também é notável a migração de jogos de outros segmentos para dispositivos móveis. É o caso, por exemplo, das apostas esportivas online e outros jogos de azar, como loterias e cassinos. A maioria roda diretamente do programa oferecido pela empresa de apostar, então, não é preciso baixar cada título individualmente, o que é bem prático. Contudo, nem todos os apps deste tipo são legalizados. Portanto, antes de apostar suas fichas, primeiro confira cassinos confiáveis, recomendados por sites especializados.

A relação com os jogos tem sofrido modificações e evoluções com o passar dos tempos, tanto é que hoje no Brasil propostas para regulamentação de e-sports como atividade fazem parte da discussão política. Além de uma atividade esportiva, os games são um fenômeno cultural que atravessa gerações, e os jogos sociais, mesmo não vivendo o seu melhor momento, fizeram sua marca na história desta indústria.