TikTok ganha mais prazo para evitar banimento nos EUA

A novela do possível banimento do TikTok nos Estados Unidos ganhou mais um capítulo. O aplicativo, controlado pela empresa chinesa ByteDance, recebeu um novo prazo de 90 dias para fechar um acordo de venda de suas operações no país. A decisão foi oficializada por meio de uma nova ordem executiva do presidente Donald Trump, que voltou ao cargo recentemente.

Entenda o contexto

A polêmica começou ainda em 2024, quando o Congresso norte-americano aprovou uma lei exigindo que a ByteDance vendesse ao menos 80% das operações do TikTok nos EUA para empresas sediadas no país. A medida foi sustentada pela Suprema Corte dos EUA, e, embora tenha provocado um apagão de 13 horas no app, a plataforma logo voltou ao ar.

Desde então, Trump vem concedendo sucessivas prorrogações: primeiro um prazo de 75 dias, depois outro, e agora mais 90 dias para concluir a venda. A nova data-limite fica para meados de setembro de 2025.

Negociações emperradas

Segundo a Reuters, um acordo chegou a ser praticamente fechado em abril, com apoio de investidores antigos e novos — incluindo até o aval do governo dos EUA e da própria ByteDance. Grandes nomes como Amazon e até o influenciador MrBeast teriam demonstrado interesse. No entanto, a negociação desmoronou em meio à nova guerra tarifária entre EUA e China, reacendida pela administração Trump.

A lei determina que 80% do TikTok nos EUA precisa ser controlado por investidores americanos, enquanto a ByteDance manteria até 20%. Mas há um obstáculo central: qualquer venda precisa ser aprovada pelo governo chinês. Diante da tensão geopolítica, o TikTok virou uma espécie de moeda de troca na disputa comercial entre as duas potências.

O que esperar

Com mais três meses no relógio, investidores terão uma nova chance de convencer a ByteDance e contornar os desafios diplomáticos. No entanto, o futuro do TikTok nos Estados Unidos permanece incerto — e depende menos do mercado e mais do delicado tabuleiro geopolítico entre Washington e Pequim.