Vendas de celulares caem na Europa, mas modelos premium ganham força

O mercado europeu de celulares registrou uma leve queda de 2% nas vendas no primeiro trimestre de 2025, de acordo com novo relatório da consultoria Canalys. Apesar da retração, o destaque vai para o crescimento expressivo na demanda por dispositivos premium, com preços acima de €800, que representaram 32% do total de unidades vendidas no período.

No total, 32,4 milhões de smartphones foram comercializados entre janeiro e março, contra 33,1 milhões no mesmo trimestre de 2024. Embora o volume geral tenha diminuído, a valorização por aparelhos de alto padrão impulsionou os líderes do setor.

A Samsung manteve a liderança com 37% de participação de mercado, crescendo menos de 1% em vendas, mas atingindo seu maior preço médio de venda já registrado no continente. Já a Apple ficou em segundo lugar, com 22% de market share, graças a um aumento de 10% nas vendas em comparação ao ano anterior — alavancado justamente por seus modelos premium.

Em terceiro lugar aparece a Xiaomi, com 16% de participação, mas enfrentando queda de 2% nas vendas, atribuída à baixa demanda por dispositivos de entrada. Mesmo assim, a empresa completa 20 trimestres consecutivos entre as cinco maiores da região.

Motorola e Google fecham o ranking das cinco primeiras colocadas. Destaque para a Google, que entrou pela primeira vez no top 5 europeu, com 900 mil unidades enviadas e um crescimento impressionante de 43% na região.

Projeções para o futuro

Para os próximos meses, os analistas projetam que a forte procura por dispositivos premium da Samsung e da Apple deve continuar, pressionando ainda mais a concorrência. Além disso, regulamentações europeias, como as novas diretrizes de ecodesign e baterias, devem dificultar a comercialização de modelos mais baratos, que não atendem aos requisitos ambientais e de durabilidade.

A previsão da Canalys é de uma queda adicional de 3% nas vendas em 2025, com uma recuperação modesta de 1% em 2026. Com isso, fabricantes deverão buscar mais eficiência operacional e maior lucratividade para se manterem competitivos no mercado europeu.